Solilóquio de uma depressiva em crise

Silêncio pesado.
Cheio de fantasmas que entoam canções macabras dentro da minha cabeça. Cantam, arrastando suas correntes. Fazem muito barulho.
CALEM A BOCA!! Me deixem pensar! Vocês me sufocam com suas melodias medonhas. Sufocam meus sentimentos. Corroem meus pensamentos. Me mantêm presa dentro de mim mesma. Dentro de um balão preto. Dentro de uma redoma de vidro. Dentro de uma mão fechada. Dentro de uma lata lacrada. Dentro de uma fenda apertada. Dentro de muita dor...

Me ajude, não me deixe aqui. Não me deixe assim. Não me deixe só. Não me deixe enlouquecer. Não me deixe morrer no infinito...Não me deixe fazer tanto drama...Não me permita ser um passarinho na gaiola. Não me permita ser uma borboleta sem asas, que chora por uma liberdade perdida...Sabe do que eu preciso?De carinho, de compreensão, de uma toque, de um sorriso, de atenção...Me esqueceram aqui. Deixaram eu me perder aqui. Aqui dentro dessa chuva que chove tão forte. Que faz barulho e incomoda meu silêncio. Que aumenta meu vazio...

Minha pena não escreve mais. Talvez esteja cansada de tanto drama. De tanto choro. De tanto grito. De tanto ai. De tanto drama...Oh! Não me deixe mais dramatizar...

Sou uma inútil, que só sabe reclamar, só sabe gritar, só sabe chorar...