Céu azul!

Céu azul!
Nesses dias,vem o vento me tirar pra dançar...!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...

E não sou nada!...


(Florbela Espanca)

Te entrego...

Te entrego meu dias, meus dias passados...

Te entrego esta vida, te entrego o presente...

Nos dias futuros, meus dias escuros...

Então vou te dar, meu olhar ausente...

Te entrego esta noite, a estrela apagada...

Que ontem nos via e que hoje eu não vejo...

Meus negros cabelos, cobrindo teus beijos...

Que é puro , que é teu, que é meu que é só nosso...

E a noite me conta, o que hoje eu não posso...

Beijar teus cabelos, dizer que te amo...

E se hoje eu te escuto, amanhã eu te abrigo...

De todo o perigo que há no teu caminho...

Que é o mesmo que o meu...

Mas no meio da estrada ,me encontro calada,

de olhar tão despido de sonho e de vida...

Então eu te dou a existência sentida...

Dos dias passados, dos beijos negados...

Mas hoje eu te entrego, o que a todos eu nego...

Te entrego meus dias, meus dias descrentes...

E amanhã deixo em ti...

Os meus beijos ausentes...

Canção para um Desencontro

Deixe-me errar alguma vez,
porque também sou isso: incerta e dura,
e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
um horizonte.

Deixa-me errar e me compreende
porque se faço mal é por querer-te
desta maneira tola, e tonta, eternamente
recomeçando a cada dia como num descobrimento
dos teus territórios de carne e sonho, dos teus
desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões
e dessa escadaria de tua alma.

Deixa-me errar mas não me soltes
para que eu não me perca
deste tênue fio de alegria
dos sustos do amor que se repetem
enquanto houver entre nós essa magia.


(Lya Luft)

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Maria Rita - Muito Pouco

(Moska)


Pronto
agora que voltou tudo ao normal
talvez você consiga ser menos rei
e um pouco mais real

esqueça
as horas nunca andam para trás
todo dia é dia de aprender um pouco
do muito que a vida trás

mas muito pra mim é tão pouco
e pouco é um pouco demais
viver tá me deixando louca
não sei mais do que sou capaz

gritando pra não ficar rouca
em guerra lutando por paz
muito pra mim é tão pouco
e pouco eu não quero (mais)

chega!
não me condene pelo seu penar
pesos e medidas não servem
pra ninguém poder nos comparar

por que
eu não pertenço ao mesmo lugar
em que você se afunda tão raso
não dá nem pra tentar te salvar

...veja
a qualidade está inferior
e não é a quantidade que faz
a estrutura de um grande amor

simplesmente seja
o que você julgar ser o melhor
mas lembre-se que tudo o que começa com muito
pode acabar muito pior

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Melancrônica 2


Já tô cansada disso... Quando tenho algo o perco... Quando o perco, consigo ver que não cheguei nem perto de tê-lo....
Sinto a angústia a me dominar, e o pior, não tenho mais forças pra lutar contra...Só fico na platéia assistindo, a tragicomédia que chamo de vida...

“Eu queria não sentir essa saudade... Eu queria era ter força e liberdade...”

Essa frase realmente é o que sinto de forma resumida e quieta...Ultimamente, ando muito nostálgica...

SAUDADES...

Sinto saudades dos meu amigos que já não vejo mais, do meu tempo de escola, do meu tempo de faculdade(que não faz tanto assim!), de subir em árvores, de andar de patins, brincar de Barbie, das brigas por não concordar em brincar de esconde-esconde quando eu queria brincar de pega-pega, saudades de quando meu pai me levava no bar pra me comprar doces, das brigas com minha irmã, de ralar o joelho e correr pra minha mãe passar Merthiolate (que ardia ainda!), dos planos meus e de minha prima pra quando nós crescêssemos, das horas e horas conversando com os amigos nas calçada, dos meus tombos de skate, das risadas altas até altas horas, de comer brigadeiro de panela, dos segredos mais secretos trocados com as melhores amigas, das Spice Girls (bom, pelo menos elas estão voltando!), dos shows no Aramaçan (bate cabeçaaaaaa!), saudades da minha vózinha (força Vó! Te amo!), saudades de fazer bolinho de barro, saudade de ver Castelo Rá-Tim-Bum (Huhauhauhaauhuah!), saudades de amigos que foram embora, saudades das viagens em família, saudades dos meus primos e primas, saudade de cantar junto com o Timão e o Pumba "Hatuna Matata!!! É liiiindo dizer!!!!" (Huahuahuauhahu) e saudades, e saudades, e saudades... Tantas outras coisas boas passaram pela minha vida...

Mas a saudade que sinto agora, acho eu que é a pior de todas, é a saudade do que ainda está por vir...Do que ainda não senti...

Saudades...



Nada mais...